domingo, 10 de fevereiro de 2008
ASSAUT DE ALTO NÍVEL
Neste encontro houve decisão.
Como já o disse por diversas vezes, o combate e o assaut são actualmente coisas bem distintas, mas não deveriam (na minha opinião). A única diferença deveria residir na potência dos golpes aplicados.
Neste vídeo, podemos ver um ex- campeão mundial "combate" e o campeão europeu "assaut".
Os atiradores da versão técnica parecem-me estar super-especializados só nessa área, o que lhes permite ter vantagem na decisão nesta vertente.
Fique claro que não sou contra essa especialização. Fique é triste dos "1ª série" limitarem-se tecnicamente em combate.
Era bom perceber que a técnica, não falo obrigatoriamente dos "bonitos", é a base da eficácia.
Apesar de tudo, terei de admitir que Laurent Brard é um atleta fora de série e com um extraordinário sentido de ringue. Ismaila Sarr, independentemente de ser um combatente, consegue apresentar técnica de muito nível e qualidade em assaut, coisa que não vejo em muitos 1ª série.
Publicada por
Pedro da Glória
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
É um combate que não me seduz. Técnicamente, ao nível das pernas, excelente. Mas e as mãos? O BF Savate é um desporto em que os golpes são produzidos pelas mãos, punhos, e pelos pés. Se é só pelos pés, então voltamos ao velho savate, que evolui quando um senhor, dotado de cérebro, percebeu a importância do uso dos punhos. E por experiência própria.
Esta disponibilização de videos na rede é excelente, mas indutora de práticas incorrectas. Eu perfiro ver o combate Sarr/Telemaque que é, nos tempos modernos, um hino ao Savate.
Álvaro Terezo
Exacto, daí eu dizer que há uma especialização por parte dos atletas.
Há regras para a pontuação, em que são valorizados os golpes de perna em linha alta e o estilo. Uma parte da especialização, é saber jogar com as regras de forma a agradar aos juizes e marcar pontos sem arriscar.
Neste encontro, não sei ao certo o que fez Ismaila Sarr, porque não temos a integralidade, mas em combate é rapaz para trabalhar a 50/50 pés/mãos, assim como a maioria dos "élites", mas esquecendo um pouco o repertório técnico.
Pelo meu raciocino de especialização, o mesmo se poderá dizer dos 1º série, que por sua vez jogarão com outro tipo de regras, privilegiando a eficácia.
Já lá vai o tempo em que os 1ªsérie franceses, participavam igualmente no campeonato assaut...
No vídeo dos anos 80, podemos ver um caso oposto. Kamel Djadda, era campeão pro de Boxe e nº1 europeu. Não sei ao certo como veio parar à Savate, (era treinado por JC Charmillon, que podemos ver com Sylla em "Demonstração técnica"), mas limitava-se a dar um "pontapézinho", nunca se sabia ao certo o que era, parecendo-se geralmente com fouetté baixo, no meio de um trabalho de demolição de punhos.
Pensei que estava a ver uma demonstração para entreter os espectadores e deliciá-los com tantos rotativos, alguns dos quais saltados. Mas depois vejo que há decisão no final. Não sei o que pensar disso. O que vi é engraçado, embora a percentagem de mãos seja reduzida. Acresce o problema de não haver praticamente eficácia e é isso que pretendo salientar neste comentário.
Tanto combat como assaut têm ser eficazes, se bem que seja um tipo de eficácia diferente na minha opinião. No caso do combat é necessária a potência aliada à precisão como sabemos, mas na vertente assaut, a que aqui nos é mostrada, tem de haver precisão e não apenas expectáculo. O espectáculo e as técnicas difíceis não chegam para dar pontos. "Bater no ar" não chega para contar pontos.
Daí voltar a repetir que não entendo bem este video. Apenas por volta dos 2min10seg até aos 2min30seg se vê algum contacto. Não estou a dizer que não haja mais (até porque as cameras que filmam mudam, assim como as condições de iluminação e ângulos de onde filmam), mas o que se vê maioritariamente ao longo do video são ventoínhas que apenas agitam o ar, mas não tocam no alvo.
Então qual o propósito do video? Mostrar que são atiradores com GAT2 ou talvez GAT3?
Concordo com o Álvaro quando ele diz que o video induz em práticas incorrectas pelos motivos apresentados: ausência de mãos e ausência de eficácia.
Já vi que concordamos todos.
Todas as técnicas de BF/S devem ser educativas e eficazes (assim o diz as regras), conjugando os pés e as mãos.
Penso que neste caso específico, I. Sarr tenha tentado mostrar o outro aspecto das suas capacidades técnicas, e admito que sejam extraordinárias.
Quando me referia à especialização, é bom de recordar que muitos campeões assaut da actualidade nunca efectuaram combate total.
Há pouco, num fórum francês, tentava explicar que o assaut, deveria ser, em teoria, a forma mais difícil do BF/S. A arte é a mesma, mas com o controlo total da potência. Logo se é a mesma, implica ligações pés/mãos. Talvez as regras de pontuação, que dão preferência aos pés tenham de ser revistas.
Enviar um comentário